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  • Foto do escritorAlysson Camargo

As fronteiras entre a fotografia e desenho nos trabalhos de Letícia Rick


Uma das caraterísticas dos processos artísticos contemporâneos é a mistura de linguagens na criação artística. Hoje vou escrever um pouco sobre o desenho e a fotografia nos trabalhos artísticos de Letícia Rick.


As fronteiras entre a fotografia e o desenho me lembram muito o encontro das águas do rio Solimões com o rio negro na Amazônia. Assim como as propriedades químicas dos rios diferentes vão pouco a pouco se acomodando uma ao lado da outra, os elementos estéticos da fotografia e do desenho fazem o mesmo percurso.


Os desenhos de Letícia Rick são possivelmente inspirados em fotografias, memórias de pessoas, lugares e experiências, mas sem dúvida há uma síntese dos elementos que, transformados em traços sutis e linhas leves, oferecem pouco a pouco contornos para uma possível identificação.


São desenhos não binários, sem sexo, cor, raça ou classe social. Tentativas de ir em direção a uma essência mínima do ser humano e, ao mesmo tempo, às profundezas das emoções, sensações e percepção dele. São desenhos que, além de serem belos, são ativistas, políticos e próximos às nossas realidades, como as discussões sobre a descolonização do corpo, da mente e do espírito, dos paradigmas hegemônicos de beleza, da moralidade e da felicidade.


A Arte é uma das poucas disciplinas do conhecimento que ainda tem liberdade para falar de muitos assuntos, mas de uma forma mais fluida, livre e sem a necessidade de se comprometer com um padrão, estilo ou determinado modelo de pensamento.


Os desenhos de Letícia Rick inspiram sobre a existência de um lugar de experimentação constante, um lugar de criação artística atual que afronta os grandes desafios da humanidade, indo em direção à sua reflexão e superação



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