A cultura é o conjunto de práticas, atividades e vivências de um determinado grupo. Por meio dela há a criação de expressões consideradas artísticas por alguns desses grupos. Essas expressões são padrões estéticos, poéticos e artísticos que não criam apenas uma identidade, mas são partes de vivências afetivas que o grupo compartilha.
A identidade nordestina é cercada de características visuais, porém, é sempre mais interessante sair um pouco do exercício de identificação para o de compreensão. A construção de identidade não é um processo linear, nem preciso porque sua referência, a cultura, é um conceito dinâmico e em constante transformação.
Nas fotografias de Elvio Luiz, podemos observar esse processo por meio de diferentes gerações. Temos o privilégio de ver a transformação das identidades nordestinas ao longo do tempo pelas lentes do fotógrafo. Personagens carregados de símbolos, objetos e características que acompanham o lugar geográfico e o tempo em que viveram e vivem.
É impressionante como as escolhas que fazemos durante a vida, desde as cores que usamos, os objetos que compramos e o lugar onde moramos comunicam com os outros sobre quem somos e como gostaríamos de ser vistos. Vale a pena ressaltar que nem sempre essas escolhas são permitidas porque elas dependem das escolhas tradicionais feitas pelos nossos antepassados.
Sempre há uma movimento de subversão da identidade tradicional, por conta das mudanças culturais, econômicas e sociais. O movimento de registro que o artista realiza nessas fotografias é importante no sentido de proteção do patrimônio ligado às transformações das identidades ao longo do tempo.
As expressões artísticas ocupam esse lugar de memória e história, e o fotógrafo é o agente que escolhe, com sensibilidade, quais devemos olhar com mais calma e cuidado para compreender a história por trás dessas imagens, cenas e narrativas identitárias.
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